domingo, 29 de março de 2009

Western Treatment Plant

Começando por uma breve introdução desta, construída em 1988, com o propósito de servir de estação de tratamento de águas residuais. Esta estação tinha como princípio básico a purificação da água através de métodos naturais. Em português, a tradução literal será fitoETAR.

Uma fitoETAR utiliza um sistema de canais de irrigação. A água ao passar por um campo (ou tanque) com uma composição vegetal específica, sofrerá um processo de limpeza em que serão removidos os compostos orgânicos complexos que esta transporta. Posteriormente, a água seguirá o seu trajecto até ao sistema de água natural (riacho, rio, lago ou lagoa). O objectivo final será a saída de uma água com o mínimo de compostos orgânicos, sem sofrer tratamento químico.

A diferença desta estação, para aquelas que conheço em Portugal será no tamanho. Assim como tudo na Austrália, esta estação é gigante. Em números, são mais de 11.000 ha de área. Este parece-me ser um belo exemplo de como um sistema natural pode funcionar para tratar as águas residuais urbanas. Isto porque esta estação está encarregue de limpar 52% das águas residuais da zona metropolitana de Melbourne, o que dá cerca de 485 milhões de água por dia usada por 1.6 milhões de pessoas.

Adicionando, temos uma estrutura que aproveita ao máximo os aspectos naturais duma zona com este potencial. Como? Birdwatching, investigação e pesca. Apesar de todos os 3 aspectos me interessarem, por agora só me serve o primeiro.

Sábado passado, dia 28 de Março de 2009, 7h30 da manhã, lá fui eu dar uma volta pela estação. Sozinho, sem conhecer minimamente o local, as expectativas iniciais não eram as melhores. Mas no fim, valeu bem a pena. Apesar de não conhecer locais onde poderia parar e perder algum tempo a observar, e apesar de não haverem caminhos que pudesse percorrer a pé, e assim aproveitar as capacidades da área ao máximo, foi uma manhã muito produtiva.

Mais uma vez, e para não fugir à regra, lá vieram uma carrada de espécies novas. 7 novas espécies. O que, e rectificando o número que tinha dado a alguém que me perguntou um destes dias, me dá um total de 72 espécies novas na minha checklist. Ok, não é muito, se tivermos em conta a variedade que existe por aqui, e adicionando que 99% das espécies são diferentes, não me posso esquecer que este último ponto me condiciona em muito a identificação das espécies observadas.

Assim as observações incluíram:
Phalacrocorax varius
Ardea novaehollandiae



Ardea pacifica
Threkiornis spinicollis



Careopsis novaehollandiae
Accipiter fasciatus
Milvus migrans



Milvus sphenurus
Falco berigora



Vanellus miles
Charadrius melanops
Larus novaehollandiae
Ocyphaps lophotes
Steptopelia chinensis
Hirundo neoxenda

«A Western Treatment Plant de Melbourne, localizada em Werribee, é uma estrutura pública fascinante com mais de 100 anos de história.»


Coracina novaehollandiae
Rhipidura leucophrys
Malurus cyaneus
Anthochaera carunculata
Lichenostomus penicillatus
Phylidonyris novaehollandiae
Glycichaera fallax
Passer domesticus
Sturnus vulgaris
Acridotheres tristis
Grallina cyanoleuca
Gymnorhina tibicen
Corvus coronoides


E assim se passou uma manhã. Com uma despedida de várias rapinas a aproveitarem as correntes de ar quente para desaparecerem no azul do céu.

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