quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um dia em cheio...ostraceiros, pinguins e focas em Phillip Island!

No domingo passado, dia 24 de Maio, estava marcada a minha segunda sessão de capturas de ostraceiro. Visto a primeira não ter sido lá muito bem sucedida, o meu receio de mais um dia em branco, para ser sincero, preocupava-me um bocadinho.

Mais um dia em que tive de me levantar, ainda o relógio não dava as 6h da manhã. Mala pronta no dia anterior, com farnel e todo o material usual. Lá me pus eu a caminho. Duas horas e meia depois, lá chegava eu ao ponto de encontro. Pontualidade britânica. Poucos minutos à espera, e o grupo estava todo formado. 11 pessoas, uma moto 4 e um hovercraft (que não funcionou, mas que também não fez muita falta). Desta vez pelo menos não foi preciso carregar todo o material de captura às costas. Digamos que teria sido impossível fazer meia hora, pelo menos, de caminhada pela praia sob o peso de canhões, redes e afins.

Mas pronto, chegados ao sitio de captura, e após a montagem relâmpago de todo o sistema de captura, lá estávamos nós a comer a bucha e à espera que a maré fizesse o resto do trabalho e trouxesse as nossas presas até à rede. Mais uma vez lá foi preciso um pequeno empurrão de nossa parte de modo a que os bichos entrassem na zona de captura. Por outro lado, também rezávamos para que os dois pelicanos que teimosamente não queriam sair da zona de captura, mudassem de ares. 10 minutos de insistência e pelo menos um lá se decidiu por ir para a água. E olha, mais vale um pelicano na rede do que 12 ostraceiros a voar.

FIRE... toda a gente a correr... nem tempo tive para descalçar os ténis ou as meias... e olha, foi mesmo assim para dentro de água. A adrenalina da situação assim o impôs.

E o resultado foi...


Apesar de apenas um exemplar destes (Sooty Oystercatcher). Conseguimos capturar 11 exemplares da outra espécie existente na Austrália (Pied Oystercatcher). E ainda um teimoso pelicano, que foi logo o primeiro a ser libertado.

Medidos, pesados, anilhados e de volta à liberdade.


E pronto a manhã estava feita. Restava-nos acabar o farnel que tinha sido interrompido a meio, arrumar tudo e voltar aos carros.

Mas claro. Estava eu na conhecida ilha dos pinguins de Victoria. Não podia voltar logo para casa sem ir visitar estes pequenos amigos. E assim fui. E não podia ter escolhido melhor opção. Para além de uma maravilhosa paisagem sobre o oceano,



na ilha que fica mais longe, à esquerda na foto, esperava lá uma bela surpresa. Montei o telescópio, apontei. E lá estavam elas. A maior colónia de focas na Austrália. Espectacular. Parecia que estava a ver um documentário pela lente do telescópio. Mas desta vez ao vivo e a pouca distância de onde eu estava.


Fenomenal. Fiquei simplesmente maravilhado. Claro que a curiosidade de vários visitantes que passavam perto de mim, os levava a perguntar o que estava eu a ver (na ideia deles, a filmar?). E não foi o meu espanto ao deparar com o espanto deles ao depararem com as focas. A minha explicação para esta falta de conhecimento é a falta de informação ou mesmo de interesse. É que no local, para além do nome (The Seal Rock), não encontrei qualquer informação acerca da colónia de focas ali presente.

Após algumas horas de observação, decidi dar uma volta pelo observatório. Na zona, existe toda uma estrutura de passadiços de madeira, que permite aos visitantes percorrerem a área com o menor impacto sobre a outra espécie (talvez a única) que atrai ali tantos turistas - o Pinguim anão. Estranho como é que uma ave continua a procriar num sítio com tanta perturbação humana. Imagino o quanto stressante deve ser para aqueles bichos estarem no ninho, onde é suposto ser um sítio sossegados e descontraídos, mas que pelo contrário, têm de lidar constantemente com um aglomerado de hominídeos com um olho enorme nas mãos que lhes atira sucessivos flashs de luz ofuscante.



Mas enfim. O pinguim continua a procriar...assim como a foca.

E eu tive de voltar para a minha casinha. Com um grande sorriso na boca. E um pensamento "Vale a pena cá estar!"

2 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto li e vi estas imagens, apeteceu-me saltar para aí e ficar simplesmente a observar... =) beijo, TT

Dyana disse...

Australiano!

Só tenho uma coisa a dizer: Saudades!!

E inveja... Que lugares, que imagens!
(Afinal tinha duas coisas a dizer!)

Beijo enorme