terça-feira, 26 de abril de 2011

Baleia-anã...infelizmente a servir de banquete!

Estávamos ao largo de Aveiro, a cerca de 5 milhas da costa. Ao longe parecia um pequeno bote virado ao contrário. Com o aproximar, lá se começou a descortinar do que se tratava. Uma carcaça de baleia-anã a servir de banquete a gaivotas, painhos e moleiros.


Baleia-anã Balaenoptera acutorostrata

E assim foi o começar de mais um dia de embarque no Noruega.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

De Ançã a Aldeias de Xisto

No passado dia 2 de Outubro lá fui eu... de Lisboa a Coimbra naquele meio de transporte que mais aprecio, o comboio.

As razões que me levaram áquela cidade foram várias, e a mais importante não será enunciada aqui.

No entanto, desde a cidade de Coimbra com o espírito estudantil, até à Serra da Lousã com as suas aldeias de Xisto, passando por Ançã uma vila marcada pela força e importância da água, foi uma semana em grande.

Senhora a lavar no tanque comunitário de Ançã.


O meu primeiro pensamento que ficou sobre a Serra da Lousã foi "um paraíso de Xisto e natureza ao descurtinar uma vasta plantação de Eucalípto". O ponto de partida foi a vila da Lousã em direcção ao Castelo.

Castelo medieval da Serra da Lousã - séc XI.
A noite aproximava-se, mas decidimos continuar caminho em direcção a esta fantástica aldeia, o Talasnal. Uma das Aldeias de Xisto da Serra da Lousã.
Talasnal.
O retorno foi feito já sob o brilhar das estrelas e a luz da lanterna de um super telemóvel.
Fica o registo de 2 Javalis, um corço, dois sapos-comum e um sapo-corredor.

Moinhos de água - Serra da Lousã.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Da Grande Austrália para o pequeno Corvo!

Pois é, já passou algum tempo desde a minha viagem de regresso da Austrália e mais ainda desde a minha última notícia por aqui.

Em Outubro do ano passado - 2009 - ingressei numa nova aventura. Mudar-me para a ilha habitada mais pequena de Portugal - O Corvo. Esta pequena ilha do arquipélago dos Açores com apenas 4 centenas de habitantes e uma única vila, é um paraíso longínquo e talvez até um pouco esquecido no meio do Oceano Atlântico.

Vim para o Corvo para integrar a equipa do projecto Life+ Ilhas Santuário para as Aves Marinhas por um período de 2 anos.

Sendo assim, tirando possíveis viagens pontuais, nos próximos tempos irei colocar no blog notícias, eventos e peripécias que tenham ocorrido por aqui. Para seguirem de perto o projecto em que estou a trabalhar ou a associação responsável por este projecto, sigam os seguintes links:

www.spea.pt
http://www.lifecorvo.blogspot.com/
http://www.spea.pt/life_corvo/life_corvo/Homepage.html

Prometo ser mais assíduo nas minhas notícias.
Devendo a primeira ser já relativa às festividades da época que se aproxima - o Carnaval.

domingo, 13 de setembro de 2009

Último dia no Hales Institute!



Cumpri um dos meus objectivos que me trouxe a Austrália. Terminei hoje o curso de inglês. Apesar de um pouco caro, para alem de ficar sempre bem no CV, também abriu novas portas na minha mente.
Incrível como o tempo passou tão rápido estando uma vez mais a entrar na fase das despedidas e a terminar mais uma viagem. 22 semanas passaram a voar. Felizmente mais uma vez fica a experiência. Conheci gente nova. Pessoas que possivelmente não teria nunca conhecido se não nos tivéssemos cruzados neste curso. Indianos, Chineses, Japoneses, Paquistaneses, Nepaleses, Colombianos, Peruanos, Brasileiros, Polacos, Vietnamitas e resmas de Indianos. Todos eles (e elas) com as suas ideologias: religiosas, sociais, económicas ou pessoais.

Em vários momentos entrámos em algum choque cultural. Tendo sempre tudo acabado da melhor forma, ficando no fim a experiência, a aprendizagem e a abertura da mente a explorar novos horizontes.

Tive que ultrapassar alguns aspectos menos positivos. Como por exemplo o intenso cheiro a carne que emanava dos corpos suados da imensa comunidade indiana e nepalense que frequentava o instituto. Por outro lado o odor intenso dos condimentos, que compõem a base da alimentação desta cultura, que consumiam na sala comum durante o intervalo das aulas.

O dia da despedida foi melancólico, como se espera de qualquer despedida. Muitos cumprimentos, votos de boa sorte e meia dúzia de fotos para mais tarde recordar. Assim se fechou mais uma etapa e se abriu a porta a mais uma curiosidade - a de visitar o continente asiático e aprofundar um pouco mais a experiência sobre estas tão próprias culturas.

Mas antes de tal aventura, a próxima viagem será pela América do Sul. Já vem de longe o desejo por visitar este continente. Mas após ter passado os últimos 7 meses a partilhar experiências com pessoal Sul Americano, este desejo aumentou exponencialmente. Cheguei à conclusão que temos muito em comum. E consegui construir mesmo uma forte amizade. Por isso tenho todas as razões para visitar este continente, principalmente um dos países que o constituem - Colômbia.

Mais cedo ou mais tarde, la irei, como prometi.

Jeguie

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Escapadinha para o calor tropical das Fiji

Visto este ano não ter tido a oportunidade de desfrutar um verdadeiro verão. Sair de Portugal a meio de Janeiro para vir par a Austrália não foi uma brilhante ideia no que diz respeito a diversão estival. Por isso estando já um pouco cansado e mesmo melancólico com o tempo que se tem feito sentir por Melbourne, decidi fazer uma curta escapadinha ate às ilhas Fiji.




O plano era aproveitar o sol, conhecer pessoal, divertir-mo-nos e ainda fazer o curso de mergulho. Após consultar a previsão metereológica para o país, fiquei um pouco assustado. Pensei que o primeiro ponto do plano, aproveitar o sol, já estaria posto de lado. Mas afinal não. O que vale é que apesar de Fiji não ser um pais muito grande, em área terrestre (18m km2), as suas 322 ilhas e 522 ilhéus estão espaçados de tal maneira que o tempo varia muito entre zonas. O suficiente para que, apesar da previsão ser de chuva em Manta Ray (ilha onde ficariamos por 7 noites), teríamos agradáveis e quentes dias de sol a nossa espera.

7h da manha e estávamos nós, eu e a Marina (minha prima), a tomar o pequeno almoço no aeroporto de Melbourne. Ela já completamente Australiana, a comer um cachorro-quente do MacDonalds (passo a publicidade) e eu no meu belo croissant e capuccino. Sinceramente não percebo como é que alguém, no seu juízo perfeito, consegue comer um cachorro-quente a tal hora do dia, e ainda por cima do MacDonalds. Mas enfim, acho que ainda tenho um pensamento muito conservador no que diz respeito à alimentação.

Depois de 5 horas de viagem, fomos recebidos por uma lufada de ar quente e húmido. Não podíamos estar mesmo noutro sítio que não num país tropical. Fomos recebidos e levados para o hotel. Um belo hotel. Dos melhores, diz a minha prima. E pelo menos para mim, foi mesmo um dos melhores em que já estive. Visto que a qualidade tem um preço um pouco elevado para a minha carteira, só la passámos mesmo uma noite, mesmo só para experimentar. Comemos bem, bebemos melhor e ainda demos um mergulho no mar à hora de fecho do bar.

Estávamos nós no nosso belo sono, quando somos acordados (a Marina porque eu tenho um sono demasiado pesado) por alguém a bater a porta. Como tínhamos pedido que nos acordassem de manhã cedo, pensámos que era o serviço de despertar. Mas o serviço de despertar estava a ser feito com bastante antecedência, lá pelas 5h da manhã, por um belo par de bêbedos (que se diziam irmãos) e que queriam entrar no quarto sabe-se lá para quê (ingenuidade minha): "Olá estou aqui eu e o meu irmão, podemos entrar?" - disse a moça a tropeçar nas palavras e nas pernas. Após ter sido negado o pedido e fechado a porta, a moça volta a insistir algumas vezes mais, até que se cansa e deixa-nos em paz. Azar para a minha prima que já não voltou a adormecer. Eu pelo contrário, foi virar para o outro lado e já estava de volta aos meus sonhos.

No dia seguinte, acordado por uma bela manhã de chuva, fizemos o check-out do hotel, viagem de autocarro panorâmico até ao porto, viagem de barco (3h) até ao nosso destino paradisíaco. Ilha que nos esperava por 7 noites. Eco-resort, tinha-me dito a minha prima. Só eu mesmo é que a faço escolher sítios assim. E é que não era mesmo! Pelo menos tinha casas de banho daquelas que não usam agua, a água para beber era dessalinizada na ilha e não haviam desperdícios de energia para aquecer a água do banho, visto que só havia água fria nos canos. Tudo em nome do poupar recursos.

Fomos recebidos pelos trabalhadores do resort com uma bela musica e cocktail de boas vindas. Apresentaram-nos as regras da ilha e as actividades. Para alem dos 3 instrutores de mergulho, todo os empregados eram autóctones.

O programa de actividades começava com o pequeno almoço às 8h da manhã. Um belo pequeno almoço de comer até não poder mais. Seguido por uma manhã plena de actividade. Mergulhos com Mantas (essas mesmo, aqueles bichos gigantes) que vão alí diariamente para se alimentarem, ou visita à vila, onde íamos até à escola da vila e podíamos trocar experiências com os miúdos. Depois tínhamos o almoço com uns 8 pratos à descrição. À tarde podíamos passear de kayak, fazer pulseiras de casca de coco (muito interessante, tá-se mesmo a ver), jogar volleyball de praia e ainda tínhamos a tão esperada happy-hour, toca a beber. À noite o jantar era entre as 7h e as 8h. Uns dias era buffet, indiano ou fijiano, intercalados com dias de 10 pratos variados a escolha. Claro que o pessoal preferia sempre o bufete, sinónimo de comer até não poder mais.

Entre todas as actividades, ainda tínhamos o curso de mergulho para encaixar. Como o objectivo principal era relaxar, não fazíamos nada com muita pressa nem com muita intensidade. Tudo muito descontraído, bem como eu gosto.

O curso de mergulho foi espectacular. Correu bem desde o princípio. O pior dia foi um mergulho matinal que tinha seguido uma grande noite de copos e festa. Por isso deixo um conselho, se vais mergulhar, não te metas nos copos na noite anterior, é que se torna um pouco difícil de equalizar.

Claro que ainda tirei algumas horas do dia para dar os meus belos passeios de binóculos ao peito e máquina fotográfica na mão. A diversidade não era muita, mas era tudo novo para alguém que nunca tinha estado num ambiente tropical. Mais uma dúzia de espécies adicionadas à check-list. E ainda tive tempo para passar um belo tempo a observar uma raposa-voadora (Pteropus vampyrus) a alimentar-se do néctar duma árvore toda florida.

Ao fim das 7 noites já conhecíamos bem todo o pessoal que trabalhava na ilha assim como eles a nós. Pelos vistos não é normal o pessoal que visita as Fiji ficar muito tempo na mesma ilha. Preferem passar apenas 1 ou 2 noites por cada ilha para verem o máximo de ilhas possível. Mas penso que a nossa opcão foi muito boa, primeiro porque gostámos muito de Manta Ray Resort e depois porque se perde muito tempo a viajar entre ilhas. Já para não falar de ter que estar sempre a fazer check-in e check-out. Confusão a mais para umas férias que se querem relaxadas.

Claro está, com o pessoal sempre a viajar entre ilhas, o estarmos fixos ali não nos impediu de conhecer montes de pessoal que andava a saltar de ilha em ilha. Ficavam todos um pouco surpreendidos por passarmos tanto tempo na mesma ilha, mas aceitavam bem a desculpa de o fazermos tão longo devido ao curso de mergulho. Conhecemos pessoal de praticamente todo o mundo. Austrália, Nova Zelândia, Canada, USA, Colômbia, Brasil, Chile, UK, Alemanha, Itália, Espanha, Noruega, Japão e até Portugal (Carcavelos, como se chamava mesmo a moça???). Uma boa diversidade de pessoal. A maioria andava a viajar à imenso tempo. Alguns como eu, tinham estado na Austrália desde o princípio do ano, onde viajaram e trabalharam e, agora, estavam a viajar por Fiji antes de voltarem a casa. Outros também faziam muito o triângulo Austrália, Fiji e Nova Zelândia. Partilhámos experiências ao jantar e pela noite fora, entre jogos, copos, beber, gargalhadas e muita diversão. À noite também tivemos algumas actividades com o pessoal que trabalhava no resort - danças tradicionais e limbooooooo.




A última noite foi passada noutra ilha. Depois de almoço apanhámos o barco. Pelo caminho ainda fomos saudados por uma gigante baleia-de-bossas (Megaptera novaeangliae). Chegámos então a Beachcomber, mais conhecida pela ilha da FESTA e famosa pelo dormitório comum para 150 pessoas. Prometia uma noite muito agitada com claro está muito álcool, musica e diversão. E assim foi. Finalmente tive a oportunidade de experimentar a bebida típica das Fiji - a Kava - conhecida pelos seus poderes alucinogénos. Sinceramente não senti muito, acho que o poder da cerveja já falava mais alto. Também foi a noite em que mais tarde estendi o meu corpo na cama. Já que era a noite da despedida.

O sol do dia seguinte nasceu e com ele a hora do Adeus. Ou quem sabe de um até breve. Gostei muito de toda a experiência. Não sabendo se volto às Fiji, de uma coisa estou certo, esta viagem despertou-me a vontade de voltar a experimentar o clima tropical, do Sul do Pacífico ou outros.

Na memoria ficam o pessoal que conheci, as experiências que partilhei, o "A Queen", as paisagens maravilhosas, a baleia, as raias, a kava e a diversão durante uma fantástica semana.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mais uma grande sessão de capturas em Corner Inlet, Austrália


Venho retratar aqui mais uma aventura que tive o mês passado. Algo parecido com o meu último post, mas onde algo de novo sempre acontece para surpreender.
Neste momento estou precisamente a 31628 pés a cima do nível do mar, algures a sobrevoar o pacífico sul. Acabei de passar 10 dias espectaculares, que deixarei para recontar num futuro post.
Agora voltando a 24 de Julho. Esperava-me mais uma sessão de 4 dias de capturas. Desta vez saí de casa no próprio dia da primeira captura, visto a maré alta estar prevista para o início da tarde. O alvo a capturar eram as duas espécies de ostraceiros residentes na Australia - Sooty and Pied Oystercatcher.
Mais uma vez juntei-me ao grupo VWSG para ajudar nas capturas e anilhamento.

Entre as pessoas fantásticas que compões este grupo, juntando uma boa previsão meteorológica, a sessão prometia mais uma memorável aventura.
No primeiro dia, dos 35 ostraceiros que se encontravam na praia de Toora Beach, 21 estavam anilhados e foram identificados. Tendo isto em conta e, após um grupo de 8 Eastern Curlews se meterem a postos de serem capturados, o objectivo mudou directamente para estes. E em uma questão de segundos, lá estavam todos eles sob a rede. Uma captura magnífica. Para além de ter sido mais uma espécie para juntar à minha curta lista de espécies anilhadas, foi uma das maiores capturas de Curlews em Victoria.

Rede limpa, seca e ensacada. Material arrumado e bucha no estômago. Era tempo de nos meter-mos a caminho da casa da Rose Marie, que mais uma vez nos foi cedida cordialmente. Uma vista fantástica que seguramente dará uma tela formidável.

Os outros 3 dias de capturas - Charles Hall Road, Barry Beach e Roussac Point - correram como esperado. Apesar de no último não termos capturado, pois a segurança dos nossos amiguinhos estão acima de tudo. E apesar dos objectivos mínimos para este inverno ainda não estarem atingidos, o balanço final é positivíssimo. Eu de minha parte adorei, aprendi muito e diverti-me à grande. Apesar do esforço físico inerente a toda a actividade de transporte de todo o material de captura ao longo da praia, ao facto de entrar dentro de água gelada descalço (ninguém manda não me ajeitar em correr com galochas nos pés, ainda cá tenho a marca do último dia que passei o dia enfiado em tal material de plástico) e passar grande parte do dia molhado até às coxas, o que tenho aprendido e me divertido, supera largamente os pequenos encalhes mencionados.

Com o final do último dia veio a despedida e com ela a vontade de voltar em breve, mesmo sabendo que será pouco provável.

Acabo assim com o agradecimento sincero a todos os membros do grupo pela cordial e muito hospitaleira forma como me têm recebido. Agradeço também o esforço que por vezes têm de fazer para que eu os perceba e para que eu aprenda minuciosamente todos os passos de toda o processo que envolve esta magnifica actividade - capturar e anilhar limícolas.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um dia em cheio...ostraceiros, pinguins e focas em Phillip Island!

No domingo passado, dia 24 de Maio, estava marcada a minha segunda sessão de capturas de ostraceiro. Visto a primeira não ter sido lá muito bem sucedida, o meu receio de mais um dia em branco, para ser sincero, preocupava-me um bocadinho.

Mais um dia em que tive de me levantar, ainda o relógio não dava as 6h da manhã. Mala pronta no dia anterior, com farnel e todo o material usual. Lá me pus eu a caminho. Duas horas e meia depois, lá chegava eu ao ponto de encontro. Pontualidade britânica. Poucos minutos à espera, e o grupo estava todo formado. 11 pessoas, uma moto 4 e um hovercraft (que não funcionou, mas que também não fez muita falta). Desta vez pelo menos não foi preciso carregar todo o material de captura às costas. Digamos que teria sido impossível fazer meia hora, pelo menos, de caminhada pela praia sob o peso de canhões, redes e afins.

Mas pronto, chegados ao sitio de captura, e após a montagem relâmpago de todo o sistema de captura, lá estávamos nós a comer a bucha e à espera que a maré fizesse o resto do trabalho e trouxesse as nossas presas até à rede. Mais uma vez lá foi preciso um pequeno empurrão de nossa parte de modo a que os bichos entrassem na zona de captura. Por outro lado, também rezávamos para que os dois pelicanos que teimosamente não queriam sair da zona de captura, mudassem de ares. 10 minutos de insistência e pelo menos um lá se decidiu por ir para a água. E olha, mais vale um pelicano na rede do que 12 ostraceiros a voar.

FIRE... toda a gente a correr... nem tempo tive para descalçar os ténis ou as meias... e olha, foi mesmo assim para dentro de água. A adrenalina da situação assim o impôs.

E o resultado foi...


Apesar de apenas um exemplar destes (Sooty Oystercatcher). Conseguimos capturar 11 exemplares da outra espécie existente na Austrália (Pied Oystercatcher). E ainda um teimoso pelicano, que foi logo o primeiro a ser libertado.

Medidos, pesados, anilhados e de volta à liberdade.


E pronto a manhã estava feita. Restava-nos acabar o farnel que tinha sido interrompido a meio, arrumar tudo e voltar aos carros.

Mas claro. Estava eu na conhecida ilha dos pinguins de Victoria. Não podia voltar logo para casa sem ir visitar estes pequenos amigos. E assim fui. E não podia ter escolhido melhor opção. Para além de uma maravilhosa paisagem sobre o oceano,



na ilha que fica mais longe, à esquerda na foto, esperava lá uma bela surpresa. Montei o telescópio, apontei. E lá estavam elas. A maior colónia de focas na Austrália. Espectacular. Parecia que estava a ver um documentário pela lente do telescópio. Mas desta vez ao vivo e a pouca distância de onde eu estava.


Fenomenal. Fiquei simplesmente maravilhado. Claro que a curiosidade de vários visitantes que passavam perto de mim, os levava a perguntar o que estava eu a ver (na ideia deles, a filmar?). E não foi o meu espanto ao deparar com o espanto deles ao depararem com as focas. A minha explicação para esta falta de conhecimento é a falta de informação ou mesmo de interesse. É que no local, para além do nome (The Seal Rock), não encontrei qualquer informação acerca da colónia de focas ali presente.

Após algumas horas de observação, decidi dar uma volta pelo observatório. Na zona, existe toda uma estrutura de passadiços de madeira, que permite aos visitantes percorrerem a área com o menor impacto sobre a outra espécie (talvez a única) que atrai ali tantos turistas - o Pinguim anão. Estranho como é que uma ave continua a procriar num sítio com tanta perturbação humana. Imagino o quanto stressante deve ser para aqueles bichos estarem no ninho, onde é suposto ser um sítio sossegados e descontraídos, mas que pelo contrário, têm de lidar constantemente com um aglomerado de hominídeos com um olho enorme nas mãos que lhes atira sucessivos flashs de luz ofuscante.



Mas enfim. O pinguim continua a procriar...assim como a foca.

E eu tive de voltar para a minha casinha. Com um grande sorriso na boca. E um pensamento "Vale a pena cá estar!"